domingo, 23 de dezembro de 2007

HISTÓRICO - RIBEIRÃO



















 

A partir da Independência do Brasil, as atividades agrícolas foram incentivadas, tendo a Vila de São Sebastião do Ribeirão Preto acolhido inúmeras famílias. Dentre estas destaca-se a família Pereira Barreto que introduziu a cultura do café tipo “bourbon”.
    
    Novas doações seguiram-se, não aceitas, contudo, devido a cautelas legais. Somente em 1856, depois de mudado o local das doações, foi possível a formação do patrimônio, com a construção da ermida de São Sebastião, entre o Córrego Retiro e o Ribeirão Preto.

       O povoado continuou progredindo, sendo elevado à categoria de Freguesia em 1870, quando foi concluída a construção da capela
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       Destacados cafeicultores abandonaram o Vale do Paraíba instalando em Ribeirão Preto, terra apropriada ao café, grandes fazendas, sob administração dos Pereira Barreto, dos Junqueira, do Coronel Francisco Schmidt - o “Rei do Café”, Martinico Prado e Henrique Dumont.


       O rápido progresso de Ribeirão Preto derivou-se do Extraordinário desenvolvimento da cafeicultura, largamente explorada, e da instalação dos trilhos da Companhia Mogiana de Estrada de Ferro, em 1883.
Nessa época, a “Capital do Café”contava com 10.420 habitantes.
   


GENTÍLICO: RIBEIRÃO-PRETANO

FORMAÇÃO ADMINISTRATIVA

       Distrito criado com a denominação de Ribeirão Preto, por Lei Provincial nº 
51, de 02 de abril de 1870, no Município de São Simão.
Elevado à categoria de vila com a denominação de Ribeirão Preto por Lei Provincial nº 67, de 12 de abril de 1871, desmembrado de São Simão. Constituído de 2 Distritos: Ribeirão Preto, Vila Bonfim. Sua instalação verificou-se no dia 06 de junho de 1874.

       Tomou o nome de Entre Rios por Lei Provincial nº 34, de 07 de abril de 1879. Foi restabelecido o de Ribeirão Preto por Lei nº 99, de 30 de junho de 1881.

Cidade por Lei Provincial nº 85 ou 88 de 01 de abril de 1889, o município teria sido criado segundo a fonte, em 6 de setembro de 1892.

       Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o Município de Ribeirão Preto se compõe de 2 Distritos: Ribeirão Preto e Vila Bonfim.


       Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o Município de Ribeirão Preto permanece com 2 Distritos: Ribeirão Preto e Vila Bonfim.


       Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31- XII- 1937, bem como no quadro anexo ao Decreto-lei Estadual nº 9073, de 31 de março de 1938, o Município de Ribeirão Preto compreende o único termo judiciário da comarca de Ribeirão Preto e se divide em 2 Distritos: Ribeirão Preto e Vila Bonfim


       Pelo decreto Estadual nº 9775, de 30 de novembro de 1938, o Distrito da Sede do Município de Ribeirão Preto perdeu parte do território para o novo Distrito de Guatapará.


       Em 1
939-1943, o Município de Ribeirão Preto é composto dos Distritos de Ribeirão Preto, Bonfim e Guatapará - e é termo único da comarca de Ribeirão Preto, termo este formado por 2 Municípios: Ribeirão Preto e Cravinhos.


       Em virtude do Decreto-lei Estadual nº 14334, de 30 de novembro de 1944, que fixou o quadro territorial para vigorar em 1945-1948, o Município de Ribeirão Preto ficou composto dos Distritos de Ribeirão Preto, Gaturamo e Guatapará, e constitui o único termo judiciário da comarca de Ribeirão Preto, a qual é formada 
pelos Municípios de Ribeirão Preto e Cravinhos.

       Decreto-lei Estadual nº 14334, de 30 de novembro de 1944, altera a denominação de Vila Bonfim para Gaturano.


       Aparece no quadro fixado pela Lei nº 233, de 24-XII-1948 para vigorar no período 1949-1953, composto dos Distritos de Ribeirão Preto, 1º e 2º Subdistritos, Dumont, Gaturano e Guatapará e no fixado pela Lei Estadual nº 2456, de 30-XII-1953 para 1954-1958, dos Distritos de Ribeirão Preto, 1º e 2º 
Subdistritos, Bonfim Paulista; Dumont e Guatapará, comarca de Ribeirão Preto.

       A Lei Estadual n° 2456, de 30 de dezembro de 1953, altera a denominação de Gaturano para Bonfim Paulista. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 01-VII-1960. Lei Estadual nº 8092, de 28 de fevereiro de 1964, desmembra do Município de Ribeirão Preto o Distrito de Dumont.
 
A Lei Estadual no 6645, de 01 de janeiro de 1990, desmembra do Município de Ribeirão Preto o Distrtito de Guatapará.

Em divisão territorial datada de 01-VI-1995, o município é constituído de 2 Distritos: Ribeirão Preto e Bonfim Paulista.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 15-VII-1999.HISTÓRICO DA FERROVIA:
















       A linha-tronco da Mogiana teve o primeiro trecho inaugurado em 1875, tendo chegado até o seu ponto final em 1886, na altura da estação de Entroncamento, que somente foi aberta ali em 1900. Inúmeras retificações foram feitas desde então, tornando o leito da linha atual diferente do original em praticamente toda a sua extensão. Em 1926, 1929, 1951, 1960, 1964, 1971, 1973 e 1979 foram feitas as modificações mais significativas, que tiraram velhas estações da linha e colocaram novas versões nos trechos retificados. A partir de 1971 a linha passou a ser parte da Fepasa. No final de 1997, os trens de passageiros deixaram de circular pela linha.














    
    Durante a mineração do ouro em Minas Gerais, os campos do norte de São Paulo sofreram grande afluência de povoadores mineiros, que aí formaram fazendas de criação de gado. Com o aumento da população tornou-se necessária a construção de uma capela e, para este fim, José Mateus dos Reis doou a primeira gleba de terras, em 1845.

                                    A ESTAÇÃO:

       Depois de esperarem alguns anos pelos trilhos da Companhia Paulista, a estação de Ribeirão Preto foi inaugurada na linha da Mogiana, com alguma frustração por parte do povo da cidade, em 1883, com um prédio provisório. Este situava-se em local diferente, no que hoje é a Vila Virgínia. Embora não se tenha certeza, alguns estudiosos afirmam que uma casa, que hoje fica na rua Caramuru, em sua parte alta, logo após a rua Guatapará, seria a que um dia abrigou essa primitiva estação. Outros dizem que não, que a estação estaria em frente a essa casa, e, realmente, há uma foto dos anos 1880 que mostra uma casa junto aos trilhos e próximos à casa da hoje rua Caramuru. Em outubro de 1884, foi construído o novo prédio, no lugar definitivo, para a estação, que teria sido inaugurado em 7/9/1885, e que passou a ser uma das mais importantes da Mogiana.
     
       Em 1914, foi concluído e entregue à companhia, pelo famoso arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo, o projeto da nova estação, "ampla e bela". Como a sua construção levaria tempo, optou-se por reformar a antiga, enquanto a construção não se iniciasse, o que acabou por nunca acontecer. Quadros a óleo mostrando o "futuro" prédio ficaram expostos por anos nas lojas da cidade. Em 01/06/1965, com uma das inúmeras modificações e retificações da Mogiana, os trens de passageiros passaram a seguir para a nova estação, então fora da cidade. A velha estação passou a ser chamada de Ribeirão Preto-ramal. Na verdade, a estação estava já aguardando o seu final desde maio de 1964, quando a variante Bento Quirino-Entroncamento, pronta desde o final de 1961, passou a ter o tráfego dos trens de passageiros. As sete estações da linha antiga foram fechadas nesse dia, mas a estação de Ribeirão Preto-nova ainda não estava pronta. O trem vinha, então, pela variante, passava direto pela nova estação e entrava por uma ligação improvisada até a velha estação.
      
       Em junho de 1965, porém, isso acabou, no dia da inauguração da nova estação, que fechou para passageiros. O que se fazer com a antiga, então? A pressão de políticos, comerciantes e do jornal "Diário da Manhã", da cidade, contrários ao processo de tombamento que corria para o velho prédio, acabou por ser mais forte: a estação, que chegou a abrigar por algum tempo o Grupo Escolar da Vila Tibério, foi derrubada em 1967.




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       Em agosto deste ano, a Mogiana e a Prefeitura firmaram um acordo para a derrubada das instalações e a construção, por parte da ferrovia, da estação rodoviária no local. No mesmo mês, começaram as demolições e, em outubro, vários dos edifícios estavam no chão, inclusive o da velha estação de passageiros, da qual somente restou a plataforma, até dezembro, pouca coisa se alterou, os trilhos continuavam passando por ali, por causa do ramal de Guatapará, que era considerado de "segurança nacional", por unir os troncos da Mogiana e da Paulista, sendo considerado, até, a possibilidade da ampliação de sua bitola para 1,60m. Em janeiro de 1968, mudaram-se as instalações que ainda estavam na rotunda e em outros prédios.


       A oficina do departamento de tração e a reparação foram para outras estações; a de locomotivas a vapor passou para as estações de Uberaba e de Franca; a de carros e vagões, para Campinas, e as de locomotivas diesel-elétricas, para Ribeirão-nova. No mesmo mês, foi finalmente erradicada a plataforma, a fim de unir as ruas General Osório, que era a que antes começava exatamente à frente da porta de entrada da estação velha, e a rua Martinico Prado, que era a sua continuação do outro lado. Antes, apenas a rua Duque de Caxias, no ponto em que mudava o seu nome para Luiz da Cunha, tinha uma passagem de nível que permitia aos automóveis cruzar a linha, exatamente ao lado da estação.


       Também em janeiro, vários desvios foram retirados do local e somente os trilhos que agora eram parte do ramal de Guatapará ainda sobraram. Com essa união, desapareceu todo e qualquer traço do velho prédio de embarque de passageiros. A estação de Ribeirão Preto-ramal, com a demolição, havia sido transferida para um pequeno cubículo, perto de onde era a rotunda. Esta estaçãozinha era conhecida pelo apelido de JP, que era o seu código dentro da Mogiana (depois, já na Fepasa, o código seria alterado para RR). Tinha até chefe: o senhor Antonio de Freitas, que havia sido chefe da estação de Igaçaba, na linha do Rio Grande. Em 10/10/1969, a área que um dia abrigou a estação e todo o pátio de manobras e oficinas, como um todo, foi oficialmente extinta.


       Embora o traçado do ramal de Guatapará, ex-Jataí, devesse ser mudado para se ligar diretamente ao ramal de Sertãozinho, passando por área do campus da USP, somente a partir de 1972 a linha começou a ser alterada, e na verdade não tão longe, continuando a se ligar à estação de Barracão e não aos trilhos que iam para Sertãozinho. Até outubro de 1976, os trilhos do ramal ali ficaram, com tráfego, restos do antigo tronco da Mogiana, e, com a JP, até julho anterior, com os trens do ramal passando. Somente aí foram retirados, às pressas, depois do ramal finalmente fechado, para a inauguração da estação rodoviária, que se deu em novembro de 1976.


       Para os lados da rua Guatapará, onde estava a rotunda, foi construído um prédio para abrigar a Câmara Municipal, e o resto do pátio foi transformado em jardins. Sobraram apenas algumas pequenas casas de turma, na parte de trás dos jardins, que ainda hoje estão bem conservadas. Do lado da estação, num outro prédio, saía, até 1940, o ramal da Fazenda Dumont, particular, dirigindo-se em direção ao que hoje é a cidade de Dumont, com bitola de 0,60 m. Este prédio, que continuou em pé com funções de escritório da ferrovia, também foi demolido no final de 1967.


       (Fontes: História de Ribeirão Preto, de Rubem Cione, 1987; Relatórios da Mogiana e da Fepasa, vários anos; Hélio Fávaro, ferroviário de Jurucê, abril de 2000; jornal "Diário da Manhã", de Ribeirão Preto, diversas edições, 1967/76; Rodrigo Cabredo; Jornal A Cidade, 8/11/2006; Álbum da Mogiana, anos 1910; Antonio C. Belviso; revista Horizonte Geográfico, nro. 55, 1998; Memórias de Ribeirão Preto, 2000; Ivan Roberto de Siqueira Jr., Ribeirão Preto; Celso Frateschi, Ribeirão Preto; Dirceu Baldo, 2002)


       


           
              
        Estação de Ribeirão Preto - 1910





Plataforma da estação - 1910
                

       



Pátio da estação. O prédio está ao fundo - 1910

    




 
No centro, a enorme plataforma da estação - 1949





A estação, ao fundo à direita - 1927
































Mais Informações sobre a Cia. Mogiana:
Estações Ferroviárias do Brasil

História e imagens da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro
Cmef.Com.Br

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5 comentários:

MariaNJardim disse...

Também gostei do seu blog.Historico - Ribeirão. Parabens
MNjardim

gutier disse...

Obrigado M N Jardim,
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http://gutierrez.carbonmade.com/

maristela farias disse...

ADOREI!

maristela farias disse...

obrigada pelas gentis palavras

Unknown disse...

Olá tudo Bem?


Estava fazendo uma pesquisa na internet sobre Villa Bonfim, distrito de Sertãozinho/SP e apareceu o seu blog.

Minha filha está tirando cidadania italiana e meu pai nasceu e foi registrado no cartório de Sertãozinho, tenho a certidão de nascimento dele mas preciso da certidão de casamento dos meus avós e segundo consta se casaram em Villa Bomfim.

E também meu pai nasceu na fazenda Boa Esperança de propriedade de José Penteado.

Lendo o seu blog, vi que tem vários assuntos da época, será que você conseguiria alguma informação? ou se tem alguém da época;;;

É bem antigo pois meu pai nasceu em 1917 ... rsrsrs.

Agradeço atenção.

Eliana Corsi Ferreira
corseferreira@gmail.com